19 de janeiro de 2023

Documento de escopo sobre commodities leves

Este documento da Força-Tarefa sobre Mercados de Natureza, em parceria com o Instituto Igarapé, explora as percepções compartilhadas por especialistas do setor e especialistas em alimentos, agricultura, finanças, comércio internacional e sustentabilidade, com o objetivo de identificar intervenções de mercado que poderiam promover resultados equitativos e positivos para a natureza, juntamente com quatro estudos de caso regionais reveladores.

Capa do documento de escopo de commodities leves

Sobre o artigo

Este documento da Força-Tarefa sobre Mercados da Natureza, em parceria com o Instituto Igarapé, explora as percepções compartilhadas por especialistas do setor e especialistas em alimentos, agricultura, finanças, comércio internacional e sustentabilidade, com o objetivo de identificar intervenções no mercado que possam promover resultados positivos e equitativos para a natureza. Essas entrevistas aprofundadas esclarecem as diversas funções dos investidores, das instituições financeiras, dos governos e dos consumidores na modelagem dos mercados de alimentos em direção a esses resultados desejados. Em segundo lugar, o documento explora a literatura e apresenta análises sobre três estudos de caso específicos de commodities, especificamente soja no Brasil, óleo de palma no Sudeste Asiático e cacau na África Ocidental, bem como um estudo de caso regional adicional que avalia o potencial do AfCFTA para transformar os mercados africanos de soft commodities.

 

Temas principais

  1. Mercados de commodities leves relacionadas a alimentos
  2. Resultados positivos da natureza
  3. Intervenções no mercado
  4. Governança positiva e equitativa da natureza

 

Destaques

  • Os mercados de commodities leves relacionadas a alimentos são o segundo maior mercado global de natureza por tipo, escala e valor monetário (US$ 4,3 trilhões por ano em produção global) e, portanto, desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na expansão dos mercados de natureza em todo o mundo
  • O imperativo de transformar os mercados de commodities leves é reforçado pelo fato de que a expansão da agricultura comercial representa a principal causa direta da perda de florestas tropicais.
  • Métodos de fornecimento insuficientes e lacunas na rastreabilidade ameaçam exacerbar o desmatamento ilegal de ecossistemas críticos e (direta ou indiretamente) perpetuar as violações dos direitos humanos, ao mesmo tempo em que o aumento dos preços dos alimentos devido à demanda global e aos choques econômicos imprevistos exerce uma pressão significativa para expandir a produção de commodities.
  • Mercados naturais bem governados precisam de limites claros nos quais elementos importantes da natureza estejam fora dos limites dos mercados. Isso requer uma forte proteção legal e uma posição, bem como uma responsabilidade clara e bem aplicada para aqueles que transgridem esses limites. O estudo de caso da moratória da soja oferece uma visão útil dos efeitos que a criação de limites claros pode ter nos mercados diretos e indiretos e nas cadeias de valor.
  • Esses mercados precisam de uma regulamentação mais forte da concorrência e da redução da especulação, possibilitando uma melhor capacidade de natureza positiva e de patrimônio líquido. Essas entidades também precisam aprimorar suas autoridades reguladoras e judiciais entre jurisdições para evitar a arbitragem.
  • A assimetria de informações deve ser abordada em todas as cadeias de valor relacionadas a alimentos, desde o fornecimento até o consumo. Essa intervenção de governança cabe a todos os atores da cadeia de valor dos mercados naturais.
"As entrevistas aprofundadas que deram forma a este documento foram conduzidas com especialistas do setor de alimentos, agricultura, finanças, comércio internacional e sustentabilidade. Elas revelaram a extensão da opacidade desses mercados, bem como a concentração vertical e horizontal que torna esses mercados tão resistentes a mudanças. De modo geral, os mercados de alimentos que alimentam o mundo são afetados por incentivos perversos, governança deficiente em todo o mercado e assimetrias de informação. Melhorar a governança nesses mercados traz lições profundas para os mercados da natureza."

Marcelo Furtado, Co-Líder da Força-Tarefa sobre Mercados da Natureza

Informações de contato

Para obter mais informações, envie um e-mail para Monique Atouguia: moniqueatouguia@naturefinance.net 

Para a mídia e comunicações, entre em contato com Ceandra Faria: ceandra.faria@f4b-initiative.net